sábado, 2 de junho de 2012

A VERDADE SOBRE O DÓLAR


Todos sabem que a principal moeda em circulação no mundo é a moeda americana "Dólar", criada em 1776 após a guerra civil americana, para financiar a nova nação. Após a segunda guerra mundial ela se tornou uma hegemonia monetária para quase todas as operações comerciais em todo o mundo, devido a Europa e parte da Ásia estarem em ruínas do pós-guerra. O governo americano teve participação importante na reconstrução destes países, introduzindo definitivamente o dólar nestas transações internacionais, anteriormente dominadas pela Libra Esterlina. 

Mas o que muitos não percebem é como isso afeta de forma positiva e/ou negativa toda a economia americana. Além do mistério que ronda a questão de sua simbologia "positivista" e com conotações de influência Maçonica, a moeda dólar se tornou um poder paralelo e uma extensão ilimitada de liquidez para a economia daquele país. 

Apesar de toda a crise econômica mundial decorrida no ano de 2008 (gerando trilhões de dólares em dívidas aos EUA e Europa frente a crise imobiliária americana, causando desemprego e "quebra-quebra" de algumas entidades financeiras) a economia do país não chegou a entrar em "completo colapso", visto que existe um lastro econômico (ou mola econômica) neste país que jamais irá permitir que isso ocorra de forma efetiva: a circulação do Dólar no mundo. 

Certamente que a economia dos EUA possui diversos setores que correspondem ao seu PIB (agrícola, industrial, financeiro, tecnológico, de armas, turístico e de investimentos externos diversos). Mas a utilização da moeda americana em quase todas as operações comerciais (exceto nas que ocorrem dentro da União Européia) gera uma liquidez gigantesca a nível cambial, que compõe boa parte do PIB de mais de Usd 15 trilhões anuais.

Para entender: Sua participação em operações de importação/exportação de produtos e serviços, no turismo, no mercado de ações e principalmente no mercado do petróleo (conhecido como "Petro-dólar"), retornando sempre uma porcentagem cambial aos cofres do tesouro americano para "cada operação de fechamento de câmbio no mundo" por "cada banco central fiscalizador" destas operações em sua moeda. 

Ou seja: as operações feitas em dólar não é um favor da economia americana em permitir o uso de sua moeda por quase todos os países, tão somente por se tratar de uma moeda com um "bom lastro econômico".... pelo contrário: o lastro econômico do dólar é criado justamente "pelo o mundo que o usa"! O mundo é o seu lastro!

E o governo americano não abre mão disso por motivos óbvios, visto que a entrada destas divisas gera uma alta riqueza na sua economia, tornando-se numa fonte "inesgotável" de renda para um só país. Egoísmo? Não. Trata-se somente de uma boa estratégia e da maior jogada econômica do século 20. A própria desvinculação do dólar ao "lastro ouro" no início dos anos 1970 contribuiu para a expansão desta entrada de divisas de forma "descontrolada", visto que o mercado especulativo e superfaturado do dólar não poderia ser identificados. Nada é por acaso. Nem mesmo o aumento dos juros da dívida externa, quebrando acordos internacionais e gerando uma dependência ainda mais forte do dólar frente aos outros mercados, prejudicando até mesmo o Brasil, visto que os EUA eram os maiores credores da época. 

Atualmente seus inimigos são a moeda Euro (que veio justamente para pegar esta fatia do bolo altamente lucrativa) e em partes a Opep (organização dos países produtores de petróleo, com algumas brigas históricas quanto a valorização/desvalorização do petróleo, desestabilizando boa parte do Oriente Médio) e de países que se neguem a utilizar a moeda americana em suas transações internacionais.

O último país que tentou proibir suas operações comerciais internacionais em dólar de forma independente (utilizando o Euro) foi o Iraque, estabelecido pelo então Sr. Sadan Russein, em 2003. Indignado com os embargos comerciais ao seu país desde a guerra do golfo, resolveu "radicalizar" e se tornar o primeiro grande país produtor de petróleo a  mudar de moeda para este negócio (onde nem mesmo os países da Europa se arriscavam em alterar, mesmo com a Comunidade Européia consolidada).  Um mês depois, os EUA de George W. Bush comandaram  a invasão mais absurda da história das relações diplomáticas atuais, com argumentos esdrúxulos sobre bombas químicas e biológicas (que nunca se comprovaram) e mesmo como o veto da própria ONU e críticas por praticamente todos os países do mundo. A invasão do Iraque foi relizada em 2003, com a destituição de Sadan e a destruição de um país já sucateado pelo embargo econômico. Até hoje estão lá e mostrando que, quando o assunto é "petro-dólar", não se meta com a maior potência mundial, nem mesmo a ONU! Até países como Irã e Venezuela não se arriscam a cometer esse erro, mesmo com todo o discurso de ódio declarado aos EUA. São loucos, mas não são burros!!! ;)

Mas o que seria o certo a fazer neste caso? 

Na minha simples opinião, acredito que deveria haver uma "moeda mundial", do qual não seria controlada por nenhum país, mas sim pelo Banco Mundial e FMI para todas estas operações. Desta forma, todo este dinheiro arrecadado nestas transações internacionais iriam para a criação de ferramentas "anti-crise" e para fundos de investimento contra a pobreza, ou no financiamento/infra-estrutura de países em desenvolvimento, para evitarmos uma nova crise mundial como por exemplo a decorrida nos últimos anos e que ainda reflete na Europa e em outros países.

Enfim, esta é uma realidade inconveniente que alguns países tentam mudar, como a iniciativa do governo chinês em tentar transformar sua moeda "Huang" na mais utilizada pelos países da Ásia. Sua escalada será dura e com a possibilidade de nunca se efetivar, mas vamos torcer para que esta moeda e o Euro continuem  a rivalizar, para ao menos haver uma concorrência mais justa, sem tanta concentração de riqueza na mão de um só país. 


Boa sorte!

2 comentários:

  1. Gostei muito! Diferente e interessante! Parabéns!

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  2. Sensacional! Didático é muito esclarecedor!

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